quarta-feira, 8 de julho de 2009

EMEL BAIXA PREÇOS NAS PORTAS DO SOL SEM "LUZ VERDE" DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL

10h13m
A Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL) baixou o preço das assinaturas mensais do silo das Portas do Sol sem autorização da Assembleia Municipal, a quem compete validar qualquer alteração às taxas municipais.
O corte nos preços das assinaturas mensais foi uma das medidas aplicadas desde o início de Junho pela EMEL para promover a utilização do parque das Portas do Sol, o mais moderno do país e que tem despesas de manutenção que rondam os 20 000 euros/mês.
Em declarações à Lusa, a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Paula Teixeira da Cruz, explicou que para que os valores fossem alterados o circuito era a EMEL propor à Câmara Municipal, que por sua vez levaria à Assembleia para deliberação.
Contactada pela Lusa, fonte oficial da EMEL afirmou que as alterações feitas pela empresa "foram para baixar os valores e isso beneficia os lisboetas", sublinhando que o entendimento que a EMEL tem é que a Assembleia define valores máximos e, por isso, não teria de se pronunciar sobre reduções.
"A EMEL é uma empresa que trabalha a favor dos lisboetas. Não existe para dar lucro", afirmou.
Contudo, o entendimento da presidente da AM é diferente: "qualquer alteração tem de ir sempre à Assembleia Municipal".
"A fixação de uma taxa, seja para cima, para baixo ou para o lado, tem de ir sempre à Assembleia Municipal", afirmou a responsável, explicando: "no caso da EMEL bastava fazer uma proposta à Câmara Municipal e enviar para a Assembleia para deliberação".
O silo automóvel das Portas do Sol, em Alfama, é o mais moderno do país e também o que teve até hoje o pior resultado financeiro para a EMEL. Só em 2007 o prejuízo rondou os 150 000 euros.
Segundo dados da empresa, cada lugar de estacionamento neste silo rendeu em 2007 por mês menos de 50 euros, num espaço que tem cerca de 20 000 euros/mês de custos de manutenção.
O silo custou cinco milhões de euros e abriu em 2005 com um sistema de estacionamento automático que apenas exige ao condutor que coloque o carro num elevador e o deixe fechado.
Contudo, o sistema automático não tem merecido a confiança dos lisboetas e para promover a utilização do silo a EMEL cortou para cerca de metade o valor das assinaturas mensais, passando os passes d público (horário diurno) de mais de 200 para 99 euros, os dos comerciantes para 74 euros e os dos residentes para 37 euros.
A EMEL tem a seu cargo 50 mil lugares de estacionamento em Lisboa, 3 000 dos quais em 16 parques espalhados pela cidade.
De acordo com documentos da anterior administração a que a Lusa teve acesso, há um ano havia 22 mil lugares que não davam qualquer rendimento à empresa, por estarem desactivados e/ou por explorar.
in "Jornal de Notícias"

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