Metro só enterra em Lordelo
Traçado da linha do Campo Alegre é quase todo à superfície e exige novo viaduto no Parque
in "Jornal de Notícias"00h10m
CARLA SOFIA LUZ
O traçado da Metro para a linha do Campo Alegre mantém a obrigação de construir um viaduto a nascente do actual no Parque da Cidade.
O trajecto inicial é quase todo à superfície e enterra em Lordelo, junto às Condominhas.
O atravessamento do Parque da Cidade, entre Matosinhos Sul e o Porto, não poderá ser feito pelo actual viaduto, à semelhança do que sucedia com a Linha da Boavista. A diferença reside na chegada das composições à margem da Boavista. A solução, defendida pelos três representantes da empresa na comissão que estuda o traçado da linha Ocidental, contempla a passagem das composições por baixo da avenida para retornar à superfície na Via Nun'Álvares (a rasgar a partir do terreno livre entre as moradias do quarteirão delimitado pelas ruas de Malaca e de Nevogilde).
Os três representantes da Câmara naquela comissão (o vereador e o director municipal do Urbanismo, Lino Ferreira e José Carapeto, e o presidente da Associação Comercial do Porto, Rui Moreira) já deram conta da preferência por um traçado enterrado da linha. A empresa defende o trajecto à superfície até Lordelo do Ouro. No entanto, um parecer técnico, efectuado pelo Município do Porto e entregue à Metro, sublinha a inexistência de um "estudo de tráfego abrangente" da zona que justifique essa opção. Hoje à noite, os representantes da Autarquia participarão num debate, às 21.30 horas, na Universidade Católica.
Com a colocação dos carris do metro ao centro, o desenho da futura Nun'Álvares diverge do conceito estabelecido pelo Município do Porto. Mantém as duas faixas de rodagem em cada sentido, mas a circulação das composições inviabilizará a maioria das viragens à esquerda, a criação da ciclovia, de passeios largos e de baias de estacionamento ao longo de toda a avenida. A crítica surge na referida análise técnica, a que o JN teve acesso, considerando-se que a proposta dá "deficiente resposta" à ligação da nova via com a Boavista, esquece os ciclistas e é pouco atractiva para o peão.
"A implementação da linha do metro irá condicionar os sentidos de tráfego em toda a rede viária secundária envolvente", indica-se, vendo o prolongamento da Rua de Pero de Alenquer para Norte da Via Nun'Álvares, sugerido pela Metro, como "não conveniente" do ponto de vista urbanístico.
Depois, as composições dividirão a Praça do Império, o que obrigará a reposicionar o monumento, e seguirão por Diogo Botelho até enterrar próximo do bairro das Condominhas. Aí ocorre a maior mudança. O corredor bus desaparece para dar lugar à trincheira do metro, separada do passeio por um muro. E rouba terreno ao espaço verde do bairro.
O trânsito circulará nas restantes duas faixas de rodagem (uma para cada sentido). Aliás, toda a Rua de Diogo Botelho fica reduzida a uma via em cada sentido para a circulação de automóveis e de autocarros. Deixam de existir, ainda, lugares de estacionamento na artéria. A alteração não convence o Município, apreensivo com a redução da capacidade viária de Diogo Botelho onde o trânsito é intenso a horas de ponta.
"A proposta de baias para paragem de autocarro (há muito rejeitadas pela prática defendida pela Câmara do Porto), bem como a anulação de todos os lugares de estacionamento existentes são situações que nos preocupam", refere-se no documento, que alerta para a pertinência de repensar-se a duplicação de Diogo Botelho equacionada desde o Plano Auzelle. Mas a abertura de uma trincheira na rua, a poucos passos das Condominhas, é vista como uma oportunidade perdida. Nesse documento técnico, argumenta-se que a passagem do metro em Lordelo do Ouro deve ser uma "efectiva oportunidade de plena regeneração urbana" do nó viário em frente ao hotel Ipanema Park. O restante percurso entre Lordelo e S. Bento será enterrado
1 comentário:
Metro só enterra em Lordelo
Luís Marques da silva
Excedente postagem, onde você vai dando noção ao mundo , como fica a nova gesta do Metro,
meus cumprimentos,
desejando uma
FELIZ PÁSCOA
Efigênia Coutinho
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