sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

CAVACO SILVA: "NÃO É SINAL DE MODERNIDADE A DISSOLUÇÃO PROGRESSIVA DOS LAÇOS FAMILIARES"

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O Presidente da República voltou a mostrar o seu desagrado em relação à nova Lei do Divórcio, promulgada a 21 de Outubro de 2008. Cavaco Silva falava em Fátima na abertura do Congresso da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social (CNIS) que tem como principais temas o aumento do desemprego, a pobreza e o envelhecimento da população. “Não é um sinal de modernidade a dissolução progressiva dos laços familiares”, afirmou Cavaco Silva referindo-se às dificuldades económicas e sociais que os portugueses atravessam e que, no passado, poderiam ser atenuados com o apoio familiar.Para Cavaco Silva, e de acordo com informação recebida por instituições de solidariedade, a maioria dos casos de “novos pobres” está relacionada com situações de divórcio. “Dizem-me também que esses casos tenderão a aumentar com a nova lei do divórcio aprovada pela Assembleia da República. Das previsíveis consequências sociais e das profundas injustiças da sua aplicação, alertei os Portugueses em devido tempo.” Há poucos dias, na sessão de abertura do ano judicial, Cavaco Silva havia já feito algumas críticas e referido que em Portugal há legislação que é feita sem ter em conta a realidade nacional. Cavaco Silva referiu-se aos "novos pobres" e à situação de grave crise que Portugal atravessa e realçou a "estrutura social frágil" que o país apresenta. Cavaco Silva pediu mais apoio para as instituições de solidariedade social: “A solidariedade social não vive só de apoios e de dádivas. Vive também da capacidade de criarmos melhores oportunidades para que essas pessoas possam recuperar a sua auto-estima e de sentirem a confiança de que podem continuar a ser úteis às suas famílias, às suas comunidades, às suas empresas e ao seu país.”O presidente do Congresso da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social (CNIS) sublinhava ontem, em declarações à agência Lusa, a necessidade de dotar aquelas instituições de meios para que estas possam "amortecer as consequências do 'tsunami social'" que actualmente se vive em Portugal."As IPSS devem ser dotadas com meios, não precisam de ser muitos, para que possam funcionar como amortecedor e diminuir os efeitos que esta crise social traz consigo", acrescentou Mário Dias.
30 de Janeiro de 2009

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