Sociedade Porto Vivo define os termos para a recuperação da zona
00h35m
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CARLA SOFIA LUZ
O Cais das Pedras, no Porto, possui 18 edifícios em mau estado de conservação, o que corresponde a quase metade (47%) dos imóveis dos quatro quarteirões que necessitam de uma intervenção. A avaliação é apresentada pela Porto Vivo.
A Sociedade de Reabilitação Urbana dividiu a área em cinco quarteirões. Os núcleos na primeira linha da marginal fluvial são aqueles que inspiram preocupação. Um dos quarteirões fica de fora das duas unidades de intervenção (que agrupam dois quarteirões cada uma), constituídas pela Porto Vivo, uma vez que a maioria dos prédios está em bom estado e já decorrem obras de reabilitação naqueles que apresentavam sinais de degradação.
As unidades de intervenção da Igreja (inclui os dois quarteirões na envolvente da igreja de Massarelos da Confraria das Almas do Corpo Santo) e de Cristelo possuem 38 prédios. Destes, 18 estão muito degradados, nove em estado razoável de conservação e 11 em bom estado. "Existem problemas ao nível das condições físicas dos edifícios, havendo edifícios em ruína ou muito degradados, ao nível dos usos existem vários edifícios devolutos ou ocupados de forma não adequada, e ao nível das condições de habitabilidade em que há residentes com graves carências habitacionais devido ao mau estado de conservação dos fogos que utilizam, normalmente em regime de arrendamento", pode ler-se no relatório da Porto Vivo, a que o JN teve acesso e que determina os termos de referência para a futura recuperação daqueles quatro núcleos.
A sociedade sugere a recuperação individualizada dos prédios sem alterar, de forma significativa, o aspecto actual da zona. A solução foi debatida com o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico. Daí que tenha solicitado a dispensa de elaboração de um plano de pormenor para o Cais das Pedras à Câmara do Porto. O Departamento Municipal de Planeamento Urbanístico está de acordo, mas a última palavra é do Executivo. A vereação pronuncia-se hoje.
Acualmente, o uso principal dos quatro quarteirões é para habitação. E deverá manter-se sem inviabilizar "a eventual opção pela instalação de uma unidade hoteleira que aproveitaria das boas condições locais". Os especialistas da Porto Vivo destacam a boa acessibilidade da zona à Baixa, à Ribeira, à Boavista e à Foz, seja por automóvel, seja através de transportes públicos; e a qualidade ambiental e paisagística do Cais das Pedras, que fica no limite Poente do Centro Histórico.
in "Jornal de Notícias"
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