ao fundo, o Paço Cadaval
foto 2. Algures... Uma rua
foto3. A casa de Garcia de Resende, hoje propriedade da família Bragança Gil
"Évora é uma cidade branca como uma ermida.Convergem para ela os caminhos da planície como o resto da esperança dos Homens. E como a uma ermida, quem a habita é o silêncio dos séculos do descampado em redor. Conheço, dos seus espectros, a vertigem das eras, a noite medieva ainda nas ruas que se escondem pelos cantos, nas pedras côr do tempo ouço um atropelo de vozes seculares."
Virgílio Ferreira - Carta ao futuro
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Em Évora, o passado e o presente, entrelaçam-se por forma a assegurar o futuro; são notórios os esforços realizados pela autarquia para preservar as memórias do passado, adaptando-as ao presente, por forma, a que o futuro não fique irremediávelmente comprometido, com os normais atropelos urbanos a que se assiste diáriamente nas nossas cidades.
A cidade mantem a sua escala humana, na simbiose entre a sensação medieva e a contemporaneidade assumida; podemos entrar numa viagem pelo tempo, na qual escolhemos o espaço temporal em que queremos existir.
Aqui, o urbanismo não foi padrasto da urbe; foi o amigo que conduziu a cidade pela mão, ensinando-lhe que o tempo decorre, flui, passa, mas não precisa de ser inimigo. O tempo, pode e deve ser precisamente motivo de orgulho e do conhecimento, adquirido pelas etapas e transformações sociais e políticas da vivência de uma comunidade.
A cidade não pode ser sistemáticamente adulterada na sua essência, devendo ser um livro de história, aberto e animado, ao dispôr de quem quiser aprender; Évora, cidade branca, que o tempo não destrói!
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