quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

15 CONCELHOS VÃO LIMITAR VELOCIDADE A 30 km/h


por RUI PEDRO ANTUNES
in "DN"
Hoje
Uma das medidas que as autarquias estão a começar a implementar para reduzir o tráfego e os acidentes nas cidades é a criação de "zonas 30". Em Lisboa já existe uma, no Bairro Azul e, segundo a câmara, está a ser um sucesso.
O aumento dos atropelamentos nas zonas urbanas e o congestionamento do tráfego já levou 15 cidades e vilas portuguesas a começar a implementar um limite de velocidade máximo de 30 km/hora em algumas vias ou bairros. A par de Lisboa, que há cerca de um mês criou uma "zona 30" no Bairro Azul, o DN apurou junto de fonte da Agência Portuguesa do Ambiente(APA) e de planos de mobilidade das autarquias que Coimbra, Faro, Beja, Amarante, Portimão, Arganil, Chaves, Loulé, Mirandela, Vendas Novas, Quarteira, Golegã, Silves e Figueiró dos Vinhos vão seguir os passos da capital.
Apesar de dezenas de autarquias estarem a equacionar impor "zonas 30", a Câmara de Lisboa é a que tem o plano mais arrojado. Nos próximos quatro anos, cerca de 20 bairros devem ver o limite de velocidade reduzido para 30 km/hora em alguns locais.
O vereador da mobilidade da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Nunes da Silva, garantiu ao DN que já no próximo ano "'as zonas 30' vão começar a ser criadas em bairros como Alvito, Madredeus, Boavista, S. Miguel, Encarnação, Campo de Ourique, Alvalade e Benfica".
As "zonas 30" são assim designadas porque o método mais marcante de moderação nestas áreas é a limitação de velocidade máxima a 30 km/hora, embora a criação de zonas pedonais e de outros obstáculos à circulação automóvel também sejam características deste "conceito".
Há um mês foi criada a primeira "zona 30" no Bairro Azul, em Lisboa, uma experiência que, segundo Nunes da Silva, "está a decorrer da melhor forma". "Segundo informações que temos, os residentes [ver caixa] estão bastante satisfeitos", acrescentou o vereador da Câmara de Lisboa.
Além de pretender "cortar o tráfego de atravessamento nas zonas residenciais e melhorar a qualidade de vida dos residentes", o vereador da CML explica que "um dos objectivos desta moderação de tráfego é evitar atropelamentos e salvaguardar idosos e crianças em zonas residenciais".
No entanto, este limite de velocidade não se aplica a todo o território da cidade, ficando a maioria das vezes confinado a zonas residenciais ou escolares. De acordo com o Projecto de Mobilidade da APA, o número de cidades que impõem esta "acalmia no tráfego" tende a aumentar, devendo em breve ultrapassar as 15 localidades avançadas pelo DN.
Como explicou Nunes da Silva, estas medidas "não ignoram os dados que têm vindo a público de que os atropelamentos aumentaram e serão fundamentais para inverter isso".
O DN noticiou ontem que os atropelamentos mortais subiram 30% este ano em relação a 2009, com 40 mortes nas cidades portugueses.

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