quinta-feira, 5 de novembro de 2009

AINDA A CONCESSÃO DO TERMINAL DE CONTENTORES DE ALCÂNTARA

Comentário sobre a concessão do TCA, colocado no Instituto Sá Carneiro:
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Do ponto de vista económico, ponho as minhas dúvidas quanto á rentabilidade deste investimento e da concessão já entregue á LISCONT. Os parâmetros e indicadores económicos, apontam para que o negócio, visto exclusivamente á luz de uma politíca economicista, não se traduzam na mais valia tão apregoada e publicitada. Questiono mesmo se, mais interessante que o negócio dos contentores em si mesmo, não estarão subjacentes a tudo isto, outras mais valias que poderão vir "agarradas ao pacote".
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Mas, economia não é a minha área e é necessário referir o problema urbano, gerado pela multiplicação do volume de tráfego na zona e consequentes malefícios para a cidade, com perca inevitável da sua qualidade de vida.
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Lisboa não pode continuar a comportar em si mesma, a centralização de serviços deste género e dimensão; não estamos no sec XIX nem nos inícios do XX. Há que saber fazer e ter a coragem politíca de deslocar esses serviços para as periferias, promovendo uma redeslocação do tráfego rodoviário e consequente aumento da qualidade de vida das populações.
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Lisboa não pode também continuar a ter uma frente ribeirinha tapada, cimentada e enclausurada por prédios, contentores, linhas de CP e todo um conjunto de equipamentos que poderiam ocupar outras zonas da cidade, promovendo a sua reabilitação. Qualquer governo e autarquia do mundo desenvolvido tem, hoje em dia, a preocupação de humanizar as suas cidades, devolvendo-as aos seus cidadãos. Como é então possível que uma cidade, com uma frente ribeirinha com perto de 17 km de extensão, obrigue os seus cidadãos, para poderem olhar para seu o Tejo, andarem a "espreitar" pelos poucos intervalos livres que os edifícios ou as grades, lhes deixam ?
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O urbanismo e o planeamento são urgentes e necessários para Lisboa, devendo ser estruturados de forma metropolitana, obdecendo a uma estratégia que esteja programada para fazer face ao presente e ao futuro: O planeamento urbano não pode andar ao sabor das politiquices dos momentos, porque isso não é planeare é comprometer o futuro.Sou, portanto, absolutamente favorável a que seja revogado o prolongamento da concessão, promovendo a reabilitação da zona, vocacionadp-a para outras áreas geradoras de mais valias.
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Por último, quero lembrar que, face aos despachos e ofícios do tribunal de contas e a todas as notícias já vindas a lume sobre o assunto, parece ter havido neste negócio, certos actos, sériamente lesivos para o estado pelo que, a culpa não deve morrer solteira.
Luís Marques da Silva, arq

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