terça-feira, 20 de outubro de 2009

TAP

20 Outubro 2009 - 00h30
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Aviação: Voo entre Lisboa e Copenhaga lança caos nos céus europeus
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Avião da TAP arriscou ser abatido por caças
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Um Airbus A320 da TAP lançou, no domingo, o pânico nos céus da Europa, a ponto de ter sido interceptado por dois caças Phantom F-4 alemães. O ‘Luísa Todi’, com 147 passageiros e sete tripulantes a bordo, partiu de manhã de Lisboa com destino a Copenhaga e, já sobre a Bélgica, ficou incontactável durante cerca de meia hora. Este silêncio, que segundo a TAP se deveu a um "problema no sistema de comunicação", levou a NATO a emitir um alerta, a ponto de ter ordenado que dois caças alemães partissem no seu encalço.
"Nestes casos pensa-se logo no pior, pois não é frequente acontecer. O avião podia ter sido desviado, daí que se tenha ordenado que dois caças procedessem a uma identificação visual. Num caso extremo, com piratas do ar, pode mesmo ser ordenado que o avião seja abatido. Mas felizmente foi só um problema no rádio", disse ao CM Fred Konnemann, responsável da Eurocontrol, que rege o espaço aéreo na Europa.
O contacto visual foi estabelecido na cidade holandesa de Eemshaven (junto à fronteira com a Alemanha) e a ligação rádio pouco depois. O avião seguiu normalmente rumo a Copenhaga.
NATO DEU ALERTA E F-4 LEVANTARAM EM 10 MINUTOS
A Força Aérea alemã, contactada pelo nosso jornal, tratou de contar todos os procedimentos que envolveram esta operação. "À entrada na Bélgica o avião deixou de contactar. Atravessou aquele país, a Holanda e, ainda nesse país, junto à fronteira com a Alemanha, a NATO iniciou os procedimentos de segurança nestes casos", disse Hartmut Bielmann, porta-voz militar.
"Foi lançado um alerta, que obriga a que dois caças descolem no espaço de 10 minutos. Levantaram voo dois Phantom F-4 para proceder a uma identificação visual. Já sob o Mar do Norte, o contacto rádio foi restabelecido, a identificação feita e foi retirado o alerta. O avião seguiu viagem de forma normal e os dois caças regressaram à base", relatou.
"NOS EUA ISTO TERIA OUTRAS PROPORÇÕES"
Desde o 11 de Setembro de 2001 que as medidas de segurança estão mais apertadas. Para o comandante Sousa Monteiro, reformado da TAP, se a situação tivesse ocorrido nos EUA "teria outras proporções". E relembra um episódio com três anos. "Um controlador norte--americano estranhou a maneira como o piloto da TAP estava a falar. Relatou a situação, levantaram caças e escoltaram o avião para longe de Nova Iorque, onde devia aterrar."
Com milhares de horas de voo na carreira, o comandante diz que o ‘silêncio’ entre o Airbus A320 e as torres de controlo pode ter tido origem "numa falha de equipamento ou num erro do piloto". "Se a patilha do emissor ficar, por alguma razão, premida, o piloto não consegue receber. Existem três rádios independentes a bordo, mas o meio emissor é o mesmo", esclarece.
PORMENORES
NENHUM CONTACTO
O avião atravessou Bélgica e Holanda sem responder às tentativas de contacto. Nem na frequência de emergência (121.5) o piloto respondeu.
TRÊS INCIDENTES
No último ano, registaram-se três incidentes deste género na área da Eurocontrol. Desde os atentados de 2001 que as medidas de segurança são muito apertadas.
"NADA ESTEVE EM RISCO"
Segundo a TAP, não houve risco. "A segurança é prioridade e isto não é um caso único."
João Tavares

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