terça-feira, 16 de junho de 2009

MAIS DE CEM MIL EUROS DEITADOS AO RIO

In Público (14/6/2009)
«Cem mil euros foi quanto a Câmara de Lisboa pagou em 2000 aos arquitectos que, em 1992, ficaram melhor classificados num concurso público de remodelação da praça para estes desenvolverem um projecto de execução que nunca saiu do papel. Mais o valor do prémio, que foram 12.500 euros. José Adrião e Pedro Pacheco garantem que nunca ninguém lhes explicou o que se passou. O processo arrastou-se anos e, de repente, João Soares estava de saída da autarquia, tendo-lhe sucedido Santana Lopes, e isso pode ter sido um factor de peso, imaginam. Tal como, antes disso, a aproximação da Expo '98, durante a qual nenhum governante queria ver a principal praça do país em obras.
Tal como o actual projectista, Bruno Soares, também eles abdicaram das árvores que há mais ou menos um século chegaram a existir no Terreiro do Paço e da calçada portuguesa - embora parte do pavimento que idealizaram para junto das arcadas fosse de facto em calcário branco, mas sem pedra negra e em cubos maiores do que os da calçada. Para a placa central queriam grandes lajes de pedra artificial - um aglomerado do produto natural com betão ou cimento - num tom ocre. A redução do número de faixas de rodagem já nessa altura estava prevista. Outra semelhança com o projecto actualmente em discussão é que também neste existe uma pequena escada na parte da placa central virada ao rio. Só que os degraus de José Adrião e Pedro Pacheco são baixos e largos, criando um desnível muito suave, e não surgem acompanhados de rampas. Também para esta zona os dois arquitectos desenharam bancos para contemplar o rio. A.H.»

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