segunda-feira, 27 de abril de 2009

INSTITUTO DA DEMOCRACIA PORTUGUESA: O 25 e o 26 de ABRIL

Comunicado

Hoje, 26 de Abril é canonizado em Roma aquele a quem os portugueses já chamavam Santo Condestável. O seu túmulo, no Convento do Carmo, rezava assim: "Aqui jaz o famoso Nuno, o Condestável, fundador da Casa de Bragança, excelente general, beato monge, que durante a sua vida na terra tão ardentemente desejou o Reino dos Céus depois da morte, e mereceu a eterna companhia dos Santos. As suas honras terrenas foram incontáveis, mas voltou-lhes as costas. Foi um grande Príncipe, mas fez-se humilde monge. Fundou, construiu e dedicou esta igreja onde descansa o seu corpo."
Ontem, 25 de Abril, comemorou-se o dia da Liberdade. Há 35 anos, um homem comandou uma coluna de blindados vinda de Santarém, montou cerco aos ministérios no Terreiro do Paço, e forçou a rendição do regime no Quartel do Carmo. Esse homem, Fernando Salgueiro Maia, cumprida a sua missão, recusou ao longo dos anos ser conselheiro, embaixador, governador civil e demais honras.
Nuno Álvares Pereira e Fernando Salgueiro Maia colocaram o serviço à Pátria à frente dos interesses de grupos e colocaram os grandes princípios da humanidade, religiosos e laicos, à frente do seu interesse pessoal.
É de gente assim que Portugal precisa na crise económica que todos os dias vemos crescer, e que ameaça transformar-se em crise social caso não forem tomadas as medidas correctas, e em crise política se o ciclo eleitoral para onde caminhamos for inconclusivo e pautado pelo abstencionismo.

26 de Abril de 2009
A Direcção do Instituto da Democracia Portuguesa

1 comentário:

com senso disse...

Infelizmente os grandes homens e os grandes exemplos são raros.
Este blog, por exemplo, representa um esforço meritório e de muita qualidade, em termos de intervenção cívica!
Mas infelizmente, excepto algumas (poucas) nobres excepções, o seu exemplo não parece ter o acompanhamento da sociedade.
Aquando do 25 de Abril, o povo veio para a rua e fala-se muito do sonho e das esperanças de Abril, mas a verdade é que esse mesmo povo se tem abstido de participar, se tem omitido de causas colectivas.
Este nosso povo aderiu aos partidos da mesma forma que adere a um clube de futebol, raramente por convicção racional e normalmente por razões simplesmente emotivas.
Talvez por isso ninguém ache estranho que o PSD nada tenha que ver com a social-democracia e que o PS seja tudo menos socialista.
Os grandes homens são raros, mas pior do que a sua falta, é não sermos verdadeiramente um "grande povo".