quinta-feira, 13 de novembro de 2008

LARGO DO RATO, DE NOVO EM REUNIÃO DE CÂMARA

IMPLOSÃO DO LARGO DO RATO

Não se trata da demolição da sede do partido socialista, no largo do rato.
Trata-se de estourar com a escala de um largo que já foi uma grande praça de Lisboa, onde se tem vindo a retirar a utilização e a escala humanas, em favor da circulação automóvel.
Para além disso, querem agora proceder nesta praça, à edificação de um grande edifício, na entrada que dá acesso ao Bairro Alto.
Depois deste, já não será impedida a demolição de todos os restantes edifícios do Largo do Rato e quem sabe, um dia destes, algum presidente do PS, menos conhecedor destas andanças, terá a ideia de passar a sede do PS a “cinco caves, rés do chão mais sete”.
E depois de um PRÉDIO NOVO com a envergadura do que estava a ser aprovado na entrada para o Bairro Alto, que é como quem diz, para o coração da Lisboa Pombalina, a INVASÃO irá proliferar com novas demolições por aí dentro, acabando com a baixa pombalina nos moldes em que se deu cabo da Av. da Liberdade.
Bendita seja a decisão da CÂMARA MUNICIPAL ao dar o murro na mesa em reunião de câmara, indeferindo tal aberração.
É pena a Ordem dos Arquitectos publicar agora no jornal da Ordem um parecer em que refere ser constitutiva de direitos a aprovação inicial do projecto de arquitectura do dito prédio, quando tem que ser do conhecimento dos “especialistas” que elaboraram esse parecer, e mesmo dos próprios membros da direcção, que são arquitectos como nós e conhecem a versão actual do Dec. Lei 555/99, que disciplina esta matéria, que só a decisão final de licenciamento é constitutiva de direitos de licenciamento.
Para ultrapassar isso, apenas é vinculativa uma informação prévia aprovada, que tenha sido integralmente respeitada e dentro do respectivo prazo de validade: - como todos sabem, isso não aconteceu -.
Sr. PRESIDENTE ANTÓNIO COSTA: não se deixe influenciar por atitudes oportunistas e interesses camuflados, que com este primeiro “furo no ovo”, abrem a brecha para uma verdadeira IMPLOSÃO DO LARGO DO RATO e por consequência, da baixa pombalina.
O que custa à água é abrir o canal que depois já ninguém a para: é o que pretendem com este projecto - CRIAR UMA METODOLOGIA DE IMPLOSÃO DO NOSSO VELHO BURGO.
Isto é o oposto do que fazem todos os núcleos urbanos europeus, que já se deixaram destas aberrações há meio século: REABILITAM O ESPAÇO URBANO mantendo a sua escala, valorizando a utilização humana.
FJFerreira(arq.)
Publicado por Luis Marques da silva

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