(Para ver artigo publicado pela "The Architectural Review, relacionado com urbanismo em Portugal, clicar no título).
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Em menos de trinta anos, os nossos vizinhos espanhóis, resolveram problemas urbanos quasi tão graves como os nossos; libertaram as cidade e vilas das indústrias, criando nas entradas destas, os chamados "polígonos industriais"; implementaram a recuperação dos centros urbanos, sem despesismos nem ideias de parolismo faraónico; mantiveram uma política urbana, concentrada na requalificação do espaço público, não permitindo que as obras se arrastem por tempos infinitos e, apostaram numa verdadeira política de reinserção social das pessoas provenientes de bairros degradados. Ali, os planos de ordenamento, são feitos a pensar no futuro.
Por cá, tudo é feito ao contrário; para não falar no desordenamento caótico de Lisboa, que ainda não possui uma ideia geral, válida e actual, de modelo a implementar na cidade, pensada como um todo (tal plano de Groer, 1938-48), o ordenamento é produzido ao sabor dos interesses especulativos, sem salvaguarda do patrmónio edificado nem de um verdadeiro ordenamento territorial...
Fazem-se intervenções parciais e pontuais, a uma escala que não resolve os problemas estruturais; intervem-se na frente ribeirinha, por exemplo, aprovando-se planos e mais planos, mas fica por planear, a sua integração no todo que é a cidade e a sua área metropolitana.
Permite-se que seja o particular a intervir no território, possibilitando-lhe ou disponibilizando-lhe instrumentos de ordenamento territorial, que se transformam em verdadeiras armas de especulação, atributos que deveriam estar sempre nas mãos das autarquias.
As próprias intervenções urbanas de cariz social, fomentadas pelas autarquias, são geralmente, de má qualidade e integação (veja-se aquele fantástico exemplo de bairro social da Av de Ceuta).
Lisboa podia, para não ir muito longe, fazer uma visita a Barcelona!
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