segunda-feira, 14 de abril de 2008

TIEPOLO: NOVO QUADRO IRÁ SER VENDIDO EM PORTUGAL

Depois da aquisição pelo estado português, do quadro "Deposição de Cristo no túmulo" ou "O Enterro do Senhor", da autoria do pintor veneziano Giovanni Battista Tiepolo (1696-1770), veio agora a público a existência de outro quadro do mesmo autor, que será posto á venda pela leiloeira "Leiria e Nascimento", em data a anunciar.

Este novo quadro fará parte de um conjunto de cinco quadros do mesmo autor, adquiridos pela família de Maria da Conceição Pinto Basto, no ínicio do sec. XIX.

Das cinco obras, duas já terão sido vendidas para o estrangeiro; o "Triunfo de Anfitrite", para a Walpone Gallery de Londres e "Repouso na fuga para o Egipto", para a Staatsgalerie de Estugarda; das três restantes, a "Fuga para o Egipto", foi doada pela sua proprietária, Maria Helena Garcês Ferreira Pinto Basto, ao Museu Nacional de Arte Antiga, onde se encontra exposta; outra foi agora adquirida pelo estado, restando agora uma última que, apesar do secretismo da leiloeira, deve tratar-se da obra "Venús e o tempo" . Convem referir também, que existe outro quadro deste mestre da pintura italiana no MNAA; trata-se de "O triunfo das artes", proveniente das colecções reais.

Os cinco Tiepolos mais bem vendidos foram "A lamentação", vendido pela Christie's Londres, em 2002, por 2.170.000€; "Alexandre e Campapse no estúdio de Apeles", vendido pela Christie's NY, em 2000, por 1.500.000€; "Deposição de Cristo no túmulo" ou "O enterro do Senhor", vendido pela Leiria e Nascimento Lisboa, em 2007, por 1.500.000€; "Putti com molhos de trigo e uvas", vendido pela Sotheby's NY, em 2000, por 750.00€; "Rinaldo abandonando Armida", vendido pela Christie's NY, em 2000, por 712.000€ e "Apollo a ser homenageado pelas musas", vendido pela Christie's NY, em 1998, por 465.000€.

Parece-me ser de todo o interesse nacional, que se pense em seguir os mesmos trâmites legais que levaram á possibilidade de que esta obra, de altíssima qualidade pictórica, ficasse em Portugal, mesmo que não hajam mais roubos de jóias da corôa portuguesa, com a consequentes idemenizações; é que são obras destas que enriquecem o espólio patrimonial de um país, trazendo milhares de turístas aos nossos museus e não algumas obras de fachada, que por aí se fazem ou implementam

A aquisição de obras de arte desta envergadura e qualidade pelo estado português, é infelizmente, coisa rara, pelo que deve ser aplaudida de pé; resta saber se o novo titular da pasta vai conseguir repetir a proeza...

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