Independentemente da qualidade arquitectónica deste edifício, que ficaria muito bem noutra zona de Lisboa, como na Expo por exemplo, aqui e, urbanisticamente falando, trata-se de explodir completamente com a escala do Largo do Rato.
Esta intervenção torna completamente desenquadrado o prédio Ventura Terra, prémio Valmor que, se não é demolido, fica pelo menos, com vontade de o ser: São sete pisos acima do solo, fachadas com comprimentos compreendidos entre os dezanove e vinte e dois metros e, dez mil metros quadrados de construção.
A sinagoga de Lisboa, fica completamente emparedada; Esther Mucznik, vice presidente da comunidade judaica, evoca um cenário um dia discutido com Jorge Sampaio e que fica irremediávelmente comprometido: "- Rasgar um jardim em direcção ao Rato, de modo a abrir a sinagoga á cidade".
Para além da total destruição, da centenária Associação Escolar de São Mamede, o proprio chafariz dos jardins Palmela, agora Procuradoria Geral da República, da autoria de Carlos Mardel, fica completamente esmagado ao lado deste volume despropositado, com remeniscências da "Casa da Música" .
Até agora o atrevimento desta ganância demolidora, só tinha ido até ás zonas construídas do final do sec.XIX, das Av. Novas e Av.s da Liberdade e da República: Neste caso concreto, estamos perante a primeira grande tentativa de assalto a uma zona que, até agora, tinha sido preservada e protegida.
Perante tal situação, decorrerá uma petição online, para ser entregue na Câmara Municipal de Lisboa e na Assembleia da República, contra esta intervenção.
Das sucessivas transformações, resultou o que hoje se conhece deste largo. Apesar de tudo, melhor do que aquilo em que se pretende transformar, com a nova construção.
1 comentário:
perfeito
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