sexta-feira, 12 de agosto de 2011

PM BRITÂNICO PROMETE COMBATER A "CULTURA DO MEDO"

PM britânico promete combater "cultura de medo"
Londres, 11 ago (Lusa)

PM britânico promete combater "cultura de medo"
Londres, 11 ago (Lusa) - O primeiro-ministro britânico prometeu hoje lutar contra a "cultura de medo" no Reino Unido numa comunicação na Câmara dos Comuns, reunida em sessão extraordinária para discutir as circunstâncias dos motins dos últimos dias.
David Cameron prometeu que o governo está a "atuar com firmeza" para restaurar a ordem em Londres e nas outras cidades onde foram registados distúrbios nos últimos dias.
"Não permitiremos que uma cultura de medo exista nas nossas ruas", enfatizou.
Cameron acrescentou que fará "o que for necessário para restaurar a lei e ordem e reconstruir as nossas comunidades".
O chefe de governo reiterou que "nada deve ser afastado" no combate à violência, incluindo limitações a redes sociais e meios de comunicação usados para organizar os ataques.
David Cameron adiantou ainda que serão estudados exemplos como a cidade norte americana de Boston quanto a formas de combater gangues de delinquentes.
"Esta é a altura para o nosso país se unir", exortou.
"Para as pessoas que respeitam a lei e seguem as regras, e que são a grande maioria neste país, eu digo que a resposta começou, que vamos proteger-vos. Se tiveram o ganha-pão ou propriedades danificadas, iremos compensar-vos", prometeu.
"À minoria sem lei, os criminosos que levaram o que puderam", avisou: "Vamos atrás de vocês, vamos encontrar-vos, vamos processar-vos e vamos castigar-vos. Vão pagar pelo que fizeram".
Cameron afirmou que é necessário "mostrar ao mundo, que assistiu chocado, que os responsáveis pela violência a que vimos nas nossas ruas não são de forma alguma representativos do nosso país ou da nossa juventude".
"Precisamos de mostrar-lhes que conseguimos lidar com a nossa sociedade fraturada", continuou, "e restaurar um sentimento mais forte de moralidade e responsabilidade".

BM

Lusa/fim

A propósito:

Numa nota, que escrevi há uns dias, questionei sobre a origem destes tumultos que deflagraram, agora em Londres, mas que já tinham tido inicio em França, passaram pela Grécia e estenderam-se ao Norte de África e Médio Oriente. Questionei o assunto por o entender extremamente complexo, indo muito para além da mera contestação social, politica e económica.
A deflagração sistemática de focos de violência, num preparado e coordenado timing, com cariz de guerrilha urbana e de motim, pressupõe uma organização ou uma coordenação com objectivos defenidos:
As pessoas, aproveitados que sejam certos momento de maior tensão e de descontentamento, fácilmente são levadas a estes excessos, aliás como se tem comprovado nos países onde estes se têm verificado.
Esta notícia, lida nas entrelinhas, começa a provar isso mesmo:
Qual será a melhor forma de implementar medidas restritivas sem que estas, á luz da opinião pública, pareçam imorais, anti-democráticas e mesmo ilegais? Não será pôr a própria opinião pública a desejar que essas medidas sejam implementadas?
E para isso, basta que tais medidas, visem repôr a segurança pública hipotéticamente perdida:
Lembram-se das ideias de Sarkozi a seguir aos motins registados em França? Conforme já disse, no campo dos direitos, das liberdades e das garantias, preparem-se que o que aí vem não vai ser um osso fácil de roer...


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