quinta-feira, 8 de julho de 2010

NOVOS CANDEEIROS DO TERREIRO DO PAÇO



De:
Fórum Cidadania Lx
Enviada:
quinta-feira, 8 de Julho de 2010 15:02:48

Para:
Sr. Presidente da CML (gab.presidente@cm-lisboa.pt)
Cc:
Sociedade Frente Tejo
Sr. Vereador José Sá Fernandes

Exmo. Sr. Presidente da Câmara,
Dr. António Costa Vimos pelo presente apresentar o nosso protesto, e espanto, pelo tipo de candeeiros que foram colocados há dias no Terreiro do Paço, ao abrigo da nova fase de um projecto de intervenção ao qual julgávamos não ser necessária mais nenhuma declaração da nossa parte, por ter sido o mesmo corrigido oportunamente e bem. Lamentavelmente, esta nova iluminação traduz, mais uma vez, o querer-se marcar uma praça barroca com o traço da contemporaneidade, como se de nova zona urbana da cidade se tratasse. Trata-se, a nosso ver, de uma solução profundamente errada e que convém ser corrigida a médio prazo:
- Errada do ponto de vista estético, porque não passa despercebida, muito pelo contrário, já que ao ter-se colocado uma dupla fileira de candeeiros nos passeios laterais, mais a mais em ziguezague, tem como resultado o realçar, indevido, do candeeiro como elemento decorativo intrusivo (espúrio) de toda a Praça (teremos "árvores", mas sem ramos nem sombra);
- Errada do ponto de vista técnico, porque se é verdade que as fachadas e as arcadas em volta da Praça precisam de iluminação específica e cuidada, mormente de baixo para cima, não nos parece ser este tipo de colunas a solução correcta, uma vez que tal implicará a criação de alamedas artificiais e luminosas, a nosso ver excessivas, ao longo scorredores ladeados pelos candeeiros, em que mais uma vez se estará a evidenciar não a praça e as fachadas mas os passeios laterais;
- Errada do ponto de vista patrimonial, porque não podemos aceitar que em vez de se proceder à requalificação dos candeeiros e das colunas de época existentes, ou mesmo à encomenda de réplicas dignas e apropriadas a uma praça como o Terreiro do Paço (à semelhança do Rossio, por ex.), se tenha optado por introduzir uma profusão de elementos modernos, comprados por catálogo, à semelhança das experiências medíocres verificadas na Praça da Figueira ou no Campo Pequeno.
Finalmente, solicitamos a V.Exa. que indague junto dos serviços do Departamento de Iluminação Pública da CML qual o destino que foi dado aos candeeiros de época retirados do Terreiro do Paço e do muro de "namoradeiras" junto ao Tejo. Não conseguimos compreender como é que a CML continua a abater os candeeiros de época, na sua maioria do Séc. XIX, nas Avenidas Novas, e em jardins e praças da cidade exactamente do mesmo período (ex.Campo Pequeno, Príncipe Real, Torel), antes optando por empreitadas assentes em numa prática de aquisições de exemplares esteticamente dissonantes sempre que leva a cabo uma operação de requalificação do espaço público. Nem aceitamos que o destino dos candeeiros abatidos seja os armazéns de entulho da CML, e, muito menos, alguns jardins de privados.
Na expectativa, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Nuno Caiado, Luís Marques da Silva, Nuno Santos Silva, Jorge Lima, Carlos Matos, Luís Serpa e Leonor Areal

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