quinta-feira, 10 de setembro de 2009

PORTO: CÂMARAS INSTALADAS NA RIBEIRA JÁ ESTÃO A GRAVAR


Zona está sob videovigilância há vários dias e sistema deverá transitar para outros locais
00h30m
CARLA SOARES
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O simples gesto de atirar um balde de água da janela para cima de quem passa foi captado e gravado por uma das 14 câmaras de videovigilância instaladas na Ribeira, que começaram a funcionar no final do mês passado.
Ontem, o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, foi conhecer os locais onde estão colocadas as câmaras, numa visita relâmpago, e acabou na central de monitorização que fica no Comando Metropolitano do Porto da PSP. Ali, teve uma amostra daquilo que tem sido capturado pelo novo sistema e que poderá servir como meio de prova legal em caso de crime. As câmaras vão gravar apenas imagens, das 21 horas até às sete, segundo a autorização da Comissão Nacional de Protecção de Dados. Mas o visionamento da zona é feito todo o dia.
Do mais simples ao mais complicado, os actos ilícitos ficam registados, pois toda a zona, da ponte Luís I até à Alfândega, está sob vigilância. O sistema, explicou um elemento da PSP, permite, por exemplo, identificar a origem do banho dado, com água e "algo mais", a um grupo de jovens que passava por baixo da janela, de madrugada, e responsabilizar criminalmente o morador. A propósito, o ministro colheu na Ribeira queixas do ruído. "Não se consegue dormir de noite", desabafou uma vendedora e residente.
Uma das questões que se levanta com este novo sistema é a da privacidade mas, se quem circula nas ruas não tem como passar despercebido, quando são filmadas fachadas ou janelas surge nos monitores da PSP uma banda negra que preserva a intimidade dos habitantes. Pelo menos até colocarem o pé fora de casa, estão fora do alcance das objectivas.
O "software" instalado para o efeito, permite efectuar pesquisas por data, hora e local, dentro da área que ronda os dois quilómetros quadrados. Neste momento, o sistema está nas mãos do subcomissário Tiago Gonçalves que garante que as imagens apenas serão usadas para fins policiais. Os recursos humanos mobilizados são da PSP. Mas as câmaras, restante equipamento e programas são pagos pela Associação de Bares da Zona Histórica do Porto (ABZHP), num investimento que rondará os 200 mil euros em cinco anos. A despesa é assumida pelos sócios da associação que operam naquela zona, à volta de duas centenas, entre bares, lojas de artesanato, restaurantes e ourivesarias, explicou António Fonseca, presidente da ABZHP. A Câmara do Porto ajudou a ultrapassar a burocracia e contribui para o pagamento da electricidade.
O objectivo, explicou António Fonseca, é alargar a videovigilância a outras zonas. E recordou o abaixo-assinado para que exista nos Clérigos. Primeiro, nota, é preciso testar o sistema na Ribeira, o que "pode demorar um ano".
O presidente da Câmara, Rui Rio, mostrou-se aberto à solução. "Acho que pode ser implementado em outras zonas", disse, ressalvando que o objectivo é "normalizar" um dado local. E, a partir do momento que isso aconteça, as câmaras devem sair para outro sítio para não se chegar ao ponto de ter "a cidade toda filmada".
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Talvez que a implementação de uma medida como esta no BA, contribuisse para acabar com a criminalidade e muitos outros ilícitos que por lá se praticam.
Não sei digo eu...

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