segunda-feira, 28 de setembro de 2009

LISBOA: SANTANA GANHARIA LISBOA MAS SEM MAIORIA ABSOLUTA

Cada eleição é um caso, mas se os resultados das legislativas se repetissem em Lisboa, Santana Lopes seria o novo presidente da Câmara . Elegeria 8 vereadores (contra 7 de António Costa ), mas ficaria a cerca de 12.300 votos da maioria absoluta.
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Paulo Paixão (www.expresso.pt)
14:17 Segunda-feira, 28 de Set de 2009
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Santana Lopes ganharia a António Costa se os resultados das legislativas se mantivessem nas autárquicas de 11 de Outubro.
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Os partidos que apoiam Pedro Santana Lopes nas eleições para a Câmara de Lisboa - PPD/PSD, CDS-PP, PPM e Movimento Partido da Terra - alcançaram ontem uma votação confortavelmente superior à do Partido Socialista. O PS foi o mais votado no município da capital - 112.076 votos (34,79%) -, mas os números somados das forças da coligação de direita ascendem a 131.770 (40,90%). O necessário para Santana Lopes se tornar novamente presidente da Câmara, se dia 11 de Outubro se mantivesse o mesmo sentido de voto.
Projectando os resultados das legislativas nas autárquicas, o PS subiria a representação no Executivo (de 6 para 7 vereadores), mas não conseguiria ver António Costa reeleito. Ontem, o Bloco de Esquerda alcançou 31.613 votos (9,81%) e a CDU ficou-se pelos 27.557 (8,55%): cada um elegeria um vereador (a CDU tem 2 neste momento).
No concelho de Lisboa, a avaliar pelo escrutínio de ontem, a esquerda continua maioritária (socialistas, bloquistas e comunistas somam mais de 171 mil votos). Mas o facto de concorrerem separados gera uma dispersão que aproveitaria a Santana Lopes.
A distribuição de vereadores seria a seguinte: PSD e seus aliados, 8; PS, 7; Bloco e CDU, 1 cada. Ou seja, uma maioria de esquerda, mas uma presidência de Câmara de direita.A chave do último vereador
Segundo as contas do Expresso, o 17.º eleito pertence ao PS. O Bloco falha por poucos votos (pouco mais de 400) o segundo vereador - numa simulação em que só bloquistas subiriam a votação, mantendo-se o resto inalterado. Em todo o caso, continuaria a haver uma maioria de esquerda no executivo municipal.
Para o PSD alcançar o 9.º eleito, o da maioria absoluta, 'roubando-o' aos socialistas, precisaria de mais cerca de 12300 votos (num cenário hipotético em que as restantes forças manteriam os resultados de ontem e só os sociais-democratas subiriam).
Mas nas hipóteses e combinaçãoes possíveis o leque é muito grande, pois a realidade local - onde o voto é bastante personalizado - é muito diferente da reflectida em eleições nacionais. A formação que ontem terminou em 5.º lugar, a CDU, é claramente em Lisboa a terceira força política autárquica. Além do PSD e do PS, é a única que detém juntas de freguesia (8, num total de 53). Saber à custa de quem será feita uma previsível votação da CDU é mais uma incógnita.
Na projecção dos resultados foi atribuída ao Movimento Partido da Terra a totalidade dos votos alcançados ontem (832), embora o MPT tenha concorrido em coligação com o Partido Humanista.

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