quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

OS SERVIÇOS DE ARQUEOLOGIA DO IGESPAR TRANSFERIDOS PARA A CORDOARIA NACIONAL

03 de Fevereiro de 2009, 20:14Lisboa, 03 Fev (Lusa)
- O ministro da Cultura anunciou hoje no Parlamento um acordo com empresas de construção civil que tenham a seu cargo obras públicas no sentido de ajudarem à recuperação do património em risco.As empresas que aderirem a esta parceria e a que sejam adjudicadas obras públicas terão de aplicar em espécie 1% do valor total destas em restauro, explicou o ministro.As obras de recuperação a realizar ao abrigo deste protocolo, que terá uma duração de três anos, serão supervisionadas pelo IGESPAR (Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico).O acordo será firmado em breve e abrangerá empresas com obras adjudicadas num valor igual ou superior a 2,5 milhões de euros, indicou à Lusa o ministro, adiantando que a escolha das obras alvo da intervenção de recuperação está a seu cargo.José António Pinto Ribeiro falava hoje numa reunião da Comissão Parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura que se prolongou por quatro horas e na qual compareceu depois de, há um mês, ter sido aprovado por unanimidade um requerimento a solicitar a sua presença.A reunião começou num clima de crispação, com o ministro a ouvir críticas dos deputados da oposição pela demora em comparecer na Assembleia da República.Teresa Caeiro, deputada do CDS-PP, foi a primeira a criticar a demora do ministro em prestar esclarecimentos no Parlamento, mas Feliciano Barreiras Duarte, do PSD, chegou mesmo a dizer que, enquanto se escusava a comparecer na Assembleia da rep+ublica, Pinto Ribeiro era visto "em muitas iniciativas culturais do croquete".O mesmo deputado fez um balanço negativo de um ano de Pinto Ribeiro em funções, alegando que o ministro da Cultura tem "um verbo farto, mas que pouco se traduziu em resultados práticos"."Não nos custa dizer: volte Isabel Pires de Lima, que está perdoada", acrescentou, referindo-se à antecessora do ministro na pasta.Também o PCP, pela voz de João Oliveira, criticou o ministro, considerando que "não pode ser aceitável" que um requerimento da comissão "possa ser tão olimpicamente ignorado".O ministro respondeu que só recebeu a convocatória para a reunião a meio de Janeiro e que não houve qualquer desrespeito pelo Parlamento."Não sou capaz de me rever nestas críticas", afirmou, dirigindo-se ao PSD.Considerou ainda que o requerimento apresentado no início desse mês pelo CDS-PP, a solicitar a sua presença para responder essencialmente a questões relacionadas com a preservação do património, reagia "a foguetes" e fora feito com "precipitação" no dia em que o semanário Expresso publicava um artigo sobre o património em risco.Pinto Ribeiro indicou que, em 2008, a execução orçamental foi superior a 100 por cento na área da cultura e que, em matéria de património, a verba gasta rondou os 100 milhões de euros."Não vemos que haja uma situação de calamidade", assinalou, adiantando que o património classificado pela Unesco também não corre qualquer risco de ser desclassificado.Já num registo mais calmo, o ministro respondeu depois a outras questões dos deputados e anunciou que os serviços de arqueologia do IGESPAR (ex-Instituto Português de Arqueologia), a funcionarem actualmente em Belém, seriam transferidos para a Cordoaria Nacional, à Junqueira, também em Lisboa.Para o espaço actualmente ocupado por estes serviços, umas antigas instalações militares, está projectado o novo edifício do Museu dos Coches.O ministro informou igualmente que a parte relativa à arqueologia subaquática ficará integrada no Museu de Marinha, também em Belém.EO.Lusa/Fim

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