Das últimas noticías vindas a lume sobre o metropolitano do Porto,ressalta a posição governamental de abandonar para já, a linha da Boavista, "Casa da Música-Avenida da Boavista-Castelo do Queijo-Matosinhos", criando em alternativa o percurso "Matosinhos Sul-S Bento, passando pelo Campo Alegre".
Este projecto, contestado inicialmente pelo autarca do Porto, poderá agora merecer um consenso alargado da área metropolitana, desde que o prazo para a sua execução, seja significativamente reduzido.
Convém ainda realçar que esta linha, por força do seu traçado, deverá ser na sua quase totalidade enterrada, coisa que defendo desde ha muito como a melhor solução para um transporte que se quer "underground", em contra ponto com o electrico de superfície, alternativa igualmente válida e de inegável qualidade, a implementar nos casos que se julguem necessários.
Considero importante a oportunidade da notícia, não só pelo facto da discussão do traçado da linha em si, mas também pelo facto de considerar que este "mal" veio por bem, impedindo que, sobre aquela que eu considero a mais importante Avenida do Porto, seja implementada uma opção, que iria irremediávelmente comprometer a sua dignificação e reabilitação,tornando-a definitivamente num mero corredor de transportes ferro-rodoviáriose.
É que, apesar da sua potencial dignidade e importância, esta avenida que será porventura a mais maltratada e cujo estado e aspecto é lastimoso, não comporta em si mesma uma tripla funcionalidade de eixo ferroviário, rodoviário e a de grande alameda voltada para o uso pedonal, dinamizada com zonas de estar, comércio e serviços, com a dignidade merecida.
O Porto precisa de um "boulevard" onde as suas gentes se possam reencontrar numa boa tarde de convivio, devolvendo a humanidade a uma cidade cada vez mais cinzenta e deserta.
A Avenida da Boavista merecia um tratamento de requalificação sério e digno de modo a transformá-la numa verdadeira avenida, sem aquele ar macilento de "rua muito comprida, desorganizada e suja"; todo o seu reordenamento deverá ser feito no sentido da uniformização do seu pavimento, da criação de vastas áreas de verde com a implementação de espécies arbóreas, bancos de jardim onde tal fôr possível, permitindo-se a futura possibilidade da passagem de carros eléctricos.
A sua requalificação e a sua homogeneização, são factores cruciais para que o Porto possa usufruir também de um eixo viário digno,á semelhança do que acontece noutras cidades europeias, atitude que eu defendo como merecedora de um plano de pormenor reestruturado e de acordo com as novas necessidades da cidade.
Aqui, é claro que a luta a travar não pode ser a de virar os canhões para Lisboa e começar a disparar a torto e a direito, como se todos os males de lá viessem; há que saber pensar e projectar com rigôr e qualidade, aquilo que poderá ser uma das mais aprazíveis Avenidas europeias, aproveitando o pensamento qualitativo existente e pô-lo,sem golpes baixos, ao serviço do público, de forma a aproveitá-lo para este designio.
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