sexta-feira, 11 de julho de 2008

NOVO MUSEU DOS COCHES


O novo Museu dos Coches ficará situado nas antigas Oficinas Gerais do Exército, no terreno confinado a Norte pela rua da Junqueira, a Poente pela Praça Afonso de Albuquerque e a Sul pela Av da India. A situação é, sob o ponto de vista da sua localização e impacto visual, o que há de melhor, isto para o caso de se pretender, sobrepô-lo visualmente a toda a restante paisagem urbana envolvente. A sua massa ciclópica terá uma preponderância sobre todo o resto um pouco á maneira das obras de regime construídas nos anos 40.
Parece á primeira vista que a mudança de local do espólio do museu dos coches, se deveria á crescente preocupação com a segurança que as actuais instalações não poderiam oferecer. O perigo real da ocorrência de um incêndio ou de uma catástrofe natural, nomeadamente um terramoto seguido de um marmoto eram, quanto a mim, motivos suficientes para que a opção da mudança, fosse tida em conta e posta em prática rápidamente. Pensando eu, que estes factores teriam sido acautelados, pús-me a analizar a carta de vulnerabilidade sísmica do PDM de Lisboa e, qual não foi o meu espanto quando verifiquei que, de zona de baixa vulnerabilidade sísmica (localização do actual museu), passou imagine-se, para o extremo oposto, ou seja, para zona de muito alta vulnerabilidade. Para além disto, a maior próximidade do rio, é mais um factor contra a localização de um museu, que contém a melhor colecção do género do mundo e que temos a obrigação de defender e preservar, da melhor forma possível. Quero crer que a opção escolhida, não teve em conta este aspecto fundamental. Toda a encosta da calçada da Ajuda, está situada em zona de baixa vulnerabilidade sismica, incluindo o Palácio da Ajuda, que aliás, já á altura da sua construção, teve em conta estes aspectos: Outros tempos.
Não vou tecer críticas ao aspecto formal do edifício nem ao seu autor salvo como já referi, a enormidade da escala do mesmo em relação á envolvente mas, da análise das poucas fotografias que pude observar do interior, parece-me haver uma excessiva macificação do espaço, tomando uma forma demasiado rígida e pouco adequada á colecção que vai ser exposta. A defesa será sempre que o que interessa são os coches e não o museu; eu entendo que a monumentalidade da colecção, merece um espaço mais tratado e adequado, não deixando os coches por ali espalhados, numa lógica de ultra racionalismo: O tratamento a dar a uma colecção deste género, não pode ser o mesmo que se dá á colecção Berardo, no CCB!
A criação de um ambiente mais propício, com a reunião de vários espólios num mesmo espaço e com a consequente racionalização de recursos e de meios, podia ser conseguido com a conclusão do Palácio Nacional da Ajuda (vá sr Lobo Villa, diga lá o que lhe vai na alma), e com a transferência do acervo museulógico do MC para lá.Também ainda ninguém se pronunciou ácerca do destino do actual museu, nem sobre o espólio existente nas antigas oficinas. Será que o actual museu vai ser destinada a sala de banquetes e o espólio, irá parar a alguma arrecadação?Não sei, mas parece-me que todo este processo ainda vai dar que falar...

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