... era este o edifício que existia no cruzamento da Av. da República com a Av. António Serpa. Edifício de excepção, talvez o único conhecido do autor, de um invulgar equilíbrio de formas e com a particularidade de possuir um trabalho notável e primoroso a nível das janelas, todas elas com pormenores diferentes entre si.
A sua fachada classificada, "caíu por acaso"; agora está em discussão pública o emparcelamento para o local e possibilidade de ser aprovado um hotel. Pergunto se haverá responsabilidade civil pela incúria da fachada se ter "demolido" a si própria e quais as coimas aplicadas neste caso. Pergunto também se não seria de obrigar a que o novo projecto contemplasse a reposição da fachada segundo o projecto original...
2 comentários:
Caro Arquitecto.
Em meu entender, deveria ser reposta a fachada. Aliás essa deveria ser uma regra urbanistica em muitos pontos da cidade de Lisboa.
A não ser assim, o crime vai compensando e a cidade vai-se transformando numa outra coisa.
Quem é eleito para a gerir deveria gostar dela, deveria conhecer e respeitar a sua história, deveria sentir como uma ofensas a si mesmo, os atentados que se cometem ao património edificado da cidade.
Gosto muito de inovação e de arrojo na arquitectura, mas acho que há locais próprios onde a modernidade e o "atrevimento" têm o seu lugar específico.
Tal como o estilo pombalino tem o seu, o arte nova tem o seu, etc, etc...
Misturar tudo, deixando que o antigo se degrade irremediávelmente vai tornado Lisboa igual a São Paulo...
E se só pensam em dinheiro, então são tão estúpidos que não percebem que essa transformação preversa só desvaloriza a cidade!!!
Obrigado pelas suas intervenções...
Caro amigo, também sou de opinião que deveria ser reposta a fachada deste edifício, caso contrário, como disse e muito bem, o crime compensa.
Não me importava nada ( e isto é uma opinião pessoal e discutível), que por exemplo, no âmbito de um plano de pormenor a elaborar para a zona da Av. da República, Saldanha e Av.s Novas, fosse implementada uma situação de compromisso com os vários proprietários, criando a obrigatoriedade de manutenção dos edifícios antigos existentes e mesmo a reformulação das fachadas dos "monos" novos construídos e, através de compensações calculadas por meio de perequaçâo, transferir para o terreno da antiga feira popular,a área de construção que não fosse permitida noutros terrenos provenientes das assassinas demolições.
Esta transferência de áreas, poderia ser em altura, tal torre de Montparnasse, em Paris, com a construção de um edifío isolado no centro do terreno, com área ajardinada a nível do solo e que fosse, de facto, um marco arquitectónico da cidade.
Enviar um comentário