quarta-feira, 12 de março de 2008

COSTA DE CAPARICA...Crime urbano e ambiental



Foi necessário que o mar avançasse e ameaçasse a Costa , para tentarem encontrar soluções para o problema: Já não é a primeira vez que isto acontece; quando era miudo, assisti á primeira grande investida do mar na Caparica. O mar chegou á igreja velha.

Que se fez? Construiram-se pontões de pedra, que foram várias vezes destruídos. O próprio paredão, por onde circulam agora as pessoas, enterrou-se pela areia dentro. E tudo para quê?
Para nada, ou melhor, para as entidades responsàveis, nomeadamente a autarquia e ministérios, continuarem a persistir nos mesmos erros idotas:
A retenção dos inertes devido ás baragens, ao longo do percurso do Rio Tejo; a construção do silo, na Cova do Vapor; o desassoreamento irresponsável da barra do Tejo; a retirada de areias, para a construção, junto ao Farol do Bugio, e a destruição das barreiras de protecção natural, dunas inclusivè, com a proliferação, tal metastases, da construção de parques de campismo, construções ilegais, bares de praia e estacionamentos automóveis.

Tudo isto acontece com o beneplácito da Câmara Municipal de Almada e de outras entidades responsáveis. E agora? Novamente perante o mesmo problema, que se fez?
Algum iluminado, porque tinha uns Euros que podia ir buscar ao "Polis", pensou que bastaria despejar nas praias, umas toneladas de areia, para assim vencer a força do mar.
Nada de mais errado; o mar mostrou de facto, quem manda. E agora, na maior parte das praias, voltou tudo á estaca zero...

Ao pensarmos nas causas, que levaram a este estado de coisas, devemos tentar encontrar soluções, para não transformarmos isto numa simples conversa de café.
Desde sempre, vou para a Costa de Caparica e, oiço os meus pais dizerem ( e eles também já para lá iam com os meus avós), que se podia ir, com maré baixa, da Cova do Vapor ao Bugio a pé. Imagine-se!!!
Isto quer dizer o quê, mais própriamente?
Quer dizer que a barreira natural de areia, que formava uma lingua, unindo o Farol de Bugio a terra, mantinha a corrente, que passa frente á Costa de Caparica, no sentido inverso áquele que está actualmente.
Ou seja, em vez de retirar a areia, repunha.

Talvez por essa razão, pensando, quem devia saber pensar, que a reposição das areias na costa seria permanente, vai de permitir que as retirassem ininterruptamente:
Inverteu-se assim a corrente e, o curso natural da natureza.
Também as areias, que o Tejo trazia nas suas águas e que depositava no seu estuário, foram desaparecendo, devido aos constantes assassinatos, que o seu leito e margens, foram sofrendo ao longo do seu curso...
E o mar galga as dunas e,... ameaça...

No entanto, mantêm-se o autismo estúpido e, continua-se sómente a pensar nas consequências, esquecendo as causas, que porventura, estariam ali mesmo á mão de semear.
Seria um bom começo a construção de um pontão, á cota rasante do nível das águas, que ligasse a Cova do Vapôr ao Farol do Bugio, repondo assim, a tal lingua de areia desaparecida.
Esta seria a primeira das hipóteses a estudar. A segunda seria a de, ao invês de chamarem os políticos para aparecerem na tv, chamarem os pescadores da Costa; eles, melhor do que ninguém, saberiam como resolver o problema!

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