Estado actual da Fachada Principal do TSM (foto tirada no ano 2000)
Salão Nobre do TSM, onde se pode vêr parte do tecto pintado a fresco por Veloso Salgado, datado de 1904 (foto do início do séc.XX - c. 1920)
O Teatro Salvador Marques, em Alhandra, cuja construção foi da responsabilidade de Joâo Salvador Marques da Silva, esteve em risco de ser demolido.
Esta situação de abandono, ruína e por fim de demolição, retrata mais uma vez o estado de degradação cultural a que chegou o nosso mal amado país, reflectindo também a falta de respeito existente para com aqueles que, fizeram da sua vida um modelo de abnegação e dedicação a causas nobres e honradas.
João Salvador Marques da Silva é descendente de abastados proprietários, oriundos da família Marques da Silva do norte de Portugal : Existem registos paroquiais que confirmam este nome composto , desde finais do sec XVI. Entretanto, é com seu pai António, que o nome de Salvador é introduzido na familia. Em João, como sobrenome e daí para a frente, integrado no apelido, havendo desde aí os Salvador Marques da Silva, os Salvador Marques ou simplesmente os Marques da Silva.
João Salvador Marques da Silva era filho de António Marques da Silva e de sua mulher D. Anna Efigènia de Sylva, também de família alhandrense e casou com D. Antónia Cândida de Reynaud e Sylva (Montlosier). De entre os seus descendentes realsa-se o seu filho Luiz Salvador Marques da Silva que foi cenógrafo, arquitecto e o maior empresário teatral do seu tempo, que viveu no nº 100 da rua das portas de Santo Antão, actual Sociedade Nacional de Geografia e seus dois netos, Luiz Salvador Marques da Silva (Mestre Luiz Salvador J.or, que pintou, de parceria com Veloso Salgado, o quadro "As Constituntes de 1820", existente na sala de plenário do parlamento) e Eugènio Salvador Marques da Silva (o grande actor Eugènio Salvador).
Conforme se poderá visualizar no site da CRTSM ( Comissão para a Reabilitação do Teatro Salvador Marques), a sua vida foi dedicada essêncialmente ao teatro onde gastou grande parte da fortuna deixada por seus pais. Mas não só; Salvador Marques, como era conhecido, também ajudou amigos e necessitados, tendo inclusivè contribuido para a obra que o seu grande amigo Sousa Martins, desenvolveu em prol dos enfermos mais carenciados.
Resta-nos a esperança de que o bom censo impere e que esta iniciativa da CRTSM, que já travou a demolição do teatro, consiga também que as autoridades, a quem competiria em primeiro a defesa do património edificado, canalizem fundos para o restauro e recuperação deste edifício.
Saliento ainda que, possuindo a família jazigo no cemitèrio de Alhandra, seria de todo apropriado que os restos mortais de João Salvador Marques da Silva, para aí fossem trasladados, podendo Alhandra e os Alhandrenses contar com o total apoio da familia para esse e outros efeitos.
1 comentário:
Excelente trabalho. Muito interessante.
André Carvalho
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